quarta-feira, 16 de abril de 2008

O HIV NÃO É O FIM

Caiu-me o mundo em cima quando o médico me leu o veredicto. Achei que aquilo não podia estar a acontecer-me embora, depois de reflectir, pense que fui muito ingénuo e desprevenido.

A aventura fácil e o prazer do momento podem pagar-se bem caro. Tão caro que quase dariamos a vida para não o termos feito. As relações desprotegidas são fruto da ideia de que um infectado pelo HIV deve ter no rosto uma qualquer característica que o identifique. Pura ilusão. O infectado pode ser a pessoa que partilha a nossa vida diária e que nós, pensado conhecer, desconhecemos.

Agora tenho medo. Confesso que estou completamente aterrorizado.Não consigo conviver com a ideia que apressei o meu fim e que esse fim pode trazer sofrimento.

Paro e penso. Alguém me estende a mão e a aperta. Está um dia de sol e afinal não morri. Afinal até posso viver e até me posso curar, quem sabe. Acredito que a ciência evolua. Na era dos transplantes um amigo meu, que se achava condenado, fez uma cirurgia que lhe restituiu a vida com qualidade.

O que preciso mesmo é acreditar que tenho vida e que o meu problema não é pior que muitos outros só porque é meu. Ainda tenho mãos para construir e um coração que bate e ama. E ainda posso ser amado.
PARTICIPE NO DEBATE DO SIDADANIA

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O JOGO DA BATOTA

Pobre País em que os portugueses procuram no jogo a salvação para os seus problemas financeiros. Jogam à louca no euromilhões e no totoloto na esperança que seja o jogo a resolver-lhes a falta de emprego, a subida dos bens essenciais, a casa que já não conseguem pagar.

Mas neste País adiado de Estado falido também este procura no jogo a tábua de salvação. Construam-se Casinos para sanar as contas públicas. As autarquias também agradecem.

Ora vejam só:


O Casino de Lisboa registou 172 milhões de euros de receitas brutas de jogo nos dois primeiros anos de funcionamento. Deste valor, 50 por cento reverteram a favor do Estado, tendo já sido entregues ao Instituto de Turismo de Portugal.

De acordo com o comunicado de balanço dos dois primeiros anos de actividade, o Casino de Lisboa esclarece que, desde a sua abertura, o Estado já arrecadou a título de contrapartidas iniciais e anuais cerca de 111 milhões de euros.

Recorde-se que os montantes resultantes servem para a realização de acções de formação turística, subsidiar obras do município de Lisboa (como o Parque Mayer), bem como outras acções de promoção.